Como o cérebro cria - Resenha crítica - David Eagleman
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Como o cérebro cria - resenha crítica

Como o cérebro cria Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Psicologia

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The runaway species: how human creativity remakes the world

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-510-0649-8

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

Inovar é humano

Há um molusco marinho, de tamanho pequeno,  pertencente à família das ascídias, que faz algo bem esquisito. No início de sua vida, nada até encontrar um local para se agarrar, a exemplo de uma craca (crustáceo marinho que vive dentro de uma carapaça).

Depois, absorve seu próprio cérebro, a fim de obter nutrientes. Afinal, ele já não necessita desse órgão. O molusco encontrou um lar definitivo, utilizando as funções cerebrais para identificar e selecionar o melhor lugar.

Concluída a missão, os nutrientes do cérebro passam a se transformar em outros órgãos. Segundo os autores, devemos extrair a seguinte lição: nosso cérebro serve para tomar decisões.

Nenhuma pessoa, nem a mais preguiçosa, comeria seu próprio cérebro, pois os humanos não têm ponto de fixação. A nossa permanente ânsia de combater a rotina eleva a criatividade ao status de imperativo biológico.

Buscamos tanto a satisfação de expectativas quanto a surpresa na tecnologia e na arte. Consequentemente, a história da nossa espécie sempre se caracterizou pela fertilidade imaginativa.

De fato, viajamos entre habitats utilizando rodas e asas projetadas por nós, estabelecemos comunicações por meio de intrincados uivos e pios, nos vestimos de plumagens que mudam constantemente, criamos receitas para o preparo de alimentos, dentre tantos outros feitos.

A engenhosidade está presente em todos os aspectos de nossas vidas. Devido ao nosso afã por novidades, a inovação é, praticamente, uma exigência. Assim, ela não se restringe a alguns poucos indivíduos.

Os impulsos criativos vivem nos cérebros de todas as pessoas. O resultado é uma guerra permanente contra tudo o que é repetitivo, impulsionando alterações grandiosas que distinguem as gerações, as décadas e os anos que se sucedem.

Segundo os autores, esse impulso criativo é inerente à nossa constituição biológica. Novas histórias e culturas são criadas e recriadas incontáveis vezes. Cercamo-nos de coisas que o mundo natural, por si só, não proporciona – algo que peixinhos dourados, porcos e lhamas não fazem.

Como remodelamos o mundo

Os seres humanos são sempre criativos. Seja qual for a nossa matéria-prima (imagens, sons, palavras), processamos “alimentos” capazes de nutrir o mundo, fazendo surgir o novo.

Temos uma espécie de “software cognitivo inato”, decuplicado pela imensa densidade populacional de Homo sapiens. Desse modo, criamos uma sociedade fundamentada em inovações cada vez mais velozes e baseadas nas mais recentes ideias.

Entre a Revolução Agrícola e a Industrial transcorreram-se cerca de 8 mil anos. Entretanto, passaram-se somente 120 anos entre esta última e a invenção da lâmpada elétrica. Depois de 90 anos, o homem já pousaria na Lua.

A internet foi criada depois de 22 anos desse marco. Mais 9 anos, e o genoma humano seria sequenciado integralmente. As inovações históricas indicam uma tendência muito clara: o tempo entre os grandes saltos evolutivos vem se reduzindo a uma velocidade assombrosa.

É exatamente isso o que se espera dos cérebros que se aperfeiçoam por si mesmos, absorvendo as ideias mais brilhantes e aprimorando-as paulatinamente. A nossa versatilidade na aplicação dessas estratégias criativas é uma enorme vantagem. Uma surpreendente variedade de resultados pode ser alcançada a partir da articulação de um número reduzido de alternativas.

Dito de outra forma, reflita sobre o que a natureza realiza ao recombinar o DNA: peixes e plantas que vivem nas escuras profundezas do oceano, os animais que caçam e pastam na terra, as aves que voam pelo céu, os seres que sobrevivem nos climas mais frios ou quentes, em altitude baixas e elevadas, no deserto ou na selva – todos criados partindo de distintas combinações de quatro nucleotídeos (blocos construtores do RNA e do DNA).

Em nosso planeta, milhões de espécies já surgiram, de baleias a amebas microscópicas, todas são reorganizações do que as precedeu. Analogamente, o nosso cérebro inova devido a um limitado repertório de processos básicos que rearranja e altera informações.

As matérias-primas obtidas da experiência são mescladas, quebradas e entortadas para a criação de outros resultados. Essa tríade (mesclar, quebrar, entortar), ao ser liberada no cérebro humano, propicia uma inesgotável fonte de novos comportamentos e ideias.

Há outros animais que demonstram indícios de criatividade. Evidentemente, os seres humanos se destacam. O que nos permite isso? Ora, temos mais neurônios nas regiões cerebrais entre a resposta motora e a percepção sensorial, viabilizando conceitos mais abstratos e diferentes caminhos pelo circuito.

Além disso, a excepcional sociabilidade induz nossa espécie a trocar ideias e interagir continuamente, de tal forma que cada indivíduo planta em todos os outros as suas sementes mentais.

O milagre representado pela criatividade humana não se manifesta “do nada”. Ele se deve, antes, à dedicação de uma grande parte do nosso espaço cerebral para o desenvolvimento de novas ideias.

Entortar

Como o cérebro entorta continuamente as informações recebidas, a linguagem evolui. As mudanças estão inscritas no “DNA da comunicação humana”. Logo, os atuais dicionários são bem diferentes de seus antecessores de 500 anos atrás.

As necessidades do pensamento e da comunicação são atendidas pela língua, pois, além de ser mutável, é referencial. Tais características a tornam um veículo poderoso para a disseminação de novas ideias.

O que podemos dizer evolui graças às inúmeras possibilidades criativas da linguagem -  que progride segundo o que precisamos comunicar. Um bom exemplo disso é o “verlan”, dialeto informal francês no qual as sílabas se invertem: “cigarette” torna-se “garettsi” e “bizarre” torna-se “zarbi”.

Originalmente falado por criminosos e jovens das metrópoles como um modo de se esquivar da polícia, o verlan passou a ser comumente utilizado. Tanto que muitas palavras foram assimiladas, pouco a pouco, ao francês coloquial.

Nos dicionários, as definições são constantemente revisadas, a fim de corresponder aos conhecimentos e usos vigentes. Na Antiga Roma, “adição” significava a ação de escravizar as pessoas que não pagavam suas dívidas.

A dependência química passou, com o tempo, a ser uma nova acepção do termo, pois o indivíduo se tornava escravo do seu vício. Em sua origem, o termo inglês “husband” denominava o dono de uma residência, não tendo relação com o casamento.

Não obstante, como havia maior probabilidade de que um homem proprietário encontrasse uma noiva, a palavra obteve o seu atual significado: “marido”. Outro exemplo é o caso de Guy Fawkes que, em 1605, tentou explodir todo o Parlamento inglês.

Após sua captura, ele foi executado. Os chamados “legalistas” queimavam a sua imagem, que nomearam de “guy”. Após séculos, essa palavra passou a significar “homem”, perdendo a conotação negativa.

Na gíria estadunidense, mau (“bad”) também significa “bom”, “indecente” (“wicked”) também significa “excelente” e “quente” (“hot”) também significa “sensual”. Caso avançássemos 100 anos no futuro, ficaríamos perplexos com a linguagem de nossos bisnetos, uma vez que a língua é uma espécie de reflexo da inventividade humana.

Agora que chegamos à metade da leitura, vamos nos aprofundar em duas instituições centrais para a difusão da criatividade e o exercício da inovação: as empresas e as escolas.

A empresa criativa

As empresas criativas, para estimular inovações, recompensam novas ideias. Esses incentivos são das mais diferentes formas:

  • a 3M e a Procter & Gamble contam com sociedades de honra;
  • a Honeywell, a Hewlett-Packard e a Motorola concedem bônus vultosos por novas patentes;
  • a Siemens, a IBM e a Sun Microsystems dão prêmios anuais.

Todavia, esse tipo de valorização não está, ainda, generalizado. Há um recente relatório que demonstra que cerca de 90% das organizações acreditam não recompensar suficientemente seus colaboradores mais inventivos.

Erich Schmidt, do Google, afirma: “pague muito bem a pessoas muito boas, seja qual for sua ocupação ou título. O mais importante é o impacto”. Essas empresas oferecem, também, muitas ferramentas e matérias-primas para estimular as redes neurais dos seus funcionários.

Thomas Edison mantinha o seu laboratório sempre bem abastecido de suprimentos de todos os tipos, visando facilitar e estimular, em si mesmo, a geração de novas ideias. A IDEO, uma empresa de design, possui uma “caixa tech” e comunitária.

Nela, há diversos tipos de dispositivos sobras e amostras de materiais: uma verdadeira “nascente mental” para os seus designers e engenheiros. Na Hermès, subprodutos como retalhos de tecidos não são descartados. A empresa os entrega a um “laboratório de inovação” para a realização de experimentos.

Partindo dessas sobras, os profissionais já criaram marmorites de botões quebrados, zíperes e madrepérolas, além de prateleiras com restos de couro. As ideias, nos cérebros ativos, se multiplicam, competindo furiosamente umas com as outras. Nem todas são promovidas à chamada “mente consciente”.

Mas, a maior parte delas, segundo os autores, não cruzam esse limiar e desaparecem. Dentro de empresas criativas ocorrem processos semelhantes: iniciativas e ideias competem entre si pelos recursos disponíveis.

Aquelas que atingem o limiar requerido os recebem, enquanto as outras são arquivadas. No mundo atual, em que é difícil fazer previsões, muitas ideias falham, incluindo as que parecem ser perfeitamente úteis e que podem se tornar obsoletas em pouco tempo.

Existe uma força intrínseca à agilidade e à diversificação. Dessa forma, as estratégias das empresas criativas se baseiam na multiplicação de ideias, na eliminação da maior parte delas e na aceitação das mudanças.

A escola criativa

Grande parte do tempo de nossas crianças se passa nas salas de aula. Nesses locais, suas aspirações são formadas e elas começam a compreender o que se espera delas. Caso sejam corretamente administradas, serão locais onde se estimula a imaginação.

Porém, isso nem sempre ocorre. O cérebro interpreta e reinterpreta o mundo, a fim de produzir novidades. Contudo, diversas instituições de ensino oferecem pouca “matéria-prima” para o trabalho da mente, proporcionando conteúdos de memorização e repetição.

Essa dinâmica ameaça reduzir a inventividade das pessoas, coibindo o surgimento de futuros inovadores. Permanecemos presos a sistemas educacionais oriundos da Revolução Industrial.

Neles, os currículos são padronizados: as crianças devem assistir as aulas diante de um quadro-negro e ouvir sinais que replicam os apitos das fábricas que marcam as trocas de turno.

Esses modelos não preparam adequadamente os nossos alunos para o mundo contemporâneo, nos quais os empregos são redefinidos em pouco tempo e o sucesso está ao alcance dos profissionais capazes de gerar novas oportunidades.

Para os autores, a verdadeira função das salas de aula consiste na preparação dos estudantes para a geração de novas ideias. Felizmente, sustentam, isso é fácil de implementar: não é necessário abandonar os planos pedagógicos existentes e iniciar do zero.

Ao contrário, certos princípios elementares podem contribuir na transformação de quaisquer espaços de ensino e aprendizagem em ambientes que, efetivamente, promovam o pensamento criativo.

Notas finais

Cumpre ressaltar, por fim, que as bases do futuro são lançadas hoje. Isso significa que as próximas grandes ideias virão da modificação criativa daquilo que nos cerca. Isto é, os ingredientes já estão dados, apenas aguardando para serem combinados, fraturados e remodelados.

Nossos autores acreditam que, a partir dos investimentos necessários em empresas e escolas, o impulso criativo da humanidade ganhará ainda mais velocidade. Assim, descobriremos juntos novas e interessantes possibilidades em todas as áreas (incluindo aquelas que ainda não existem).

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