Este microbook é uma resenha crítica da obra: Attached: the new Science of adult attachment and how it can help you find – and keep – love
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-1-10147-516-4
Há poucos autores que ousam misturar ambos os tópicos. De fato, algumas pessoas dizem que a articulação entre os conceitos não passa de “bobagens”, enquanto outras se baseiam em medidas corporais e testes de personalidade para correlacioná-los.
Seja qual for a sua opinião sobre o assunto, Levine e Heller adotam, na presente obra, uma abordagem razoável e plena de sentido. Assim, eles investigam os motivos pelos quais os seres humanos desenvolvem o desejo de estabelecer apegos e conexões profundas uns com os outros.
Você se lembra da primeira vez que ficou em casa sozinho porque seus pais saíram pra jantar? Certamente, você ficou muito animado. Bem, pelo menos, até a porta se fechar e você ficar morrendo de medo.
É natural que isso ocorra com a maioria das crianças e/ou pré-adolescentes porque, nessa fase da vida, somos muito apegados aos pais. Esse é um vínculo forte que se desenvolve com o tempo e nos faz sentir a necessidade de manter contato.
O desejo de se apegar a alguém é, segundo os autores, uma disposição genética que todos carregamos e que traz muitos benefícios. Estar em um relacionamento nos confere a base para firmarmos nossas emoções. Dessa forma, nos tornamos mais resistentes ao estresse.
Por exemplo, quando as mulheres seguram a mão de seus parceiros em situações estressantes, elas ficam naturalmente mais relaxadas e calmas, sabendo que alguém compartilha os seus problemas.
Similarmente, estar em um relacionamento ruim pode deixar-lhe fisicamente doente, pois sua pressão arterial dispara cada vez que o parceiro, se for abusivo ou intolerante, entra na sala.
Porém, como saber a quem se apegar? Afinal, namorar não é uma das coisas mais complicadas do mundo? Para os autores, a resposta é um retumbante “sim”. Felizmente, existem medidas que você pode tomar para tornar tudo mais fácil.
Agora que chegamos à metade da leitura, conheceremos os diferentes tipos de apego descoberto pelos nossos autores e, também, a importância da comunicação para a construção de um relacionamento conjugal feliz e pleno de sentido.
Levine e Heller identificaram três diferentes tipos de apego, alguns dos quais interagem melhor em um relacionamento do que os outros. São eles:
Caso tenha um estilo de apego ansioso, você passará muito tempo se preocupando se o seu parceiro realmente lhe ama, se passa tempo suficiente ao seu lado e o que está acontecendo quando ele não responde imediatamente no WhatsApp.
Esse perfil é o das pessoas que sentem a necessidade constante de estar ao lado da namorada, namorado, marido ou esposa. O apego ansioso precisa, enfim, que o outro esteja acessível o tempo todo, levando tudo o que é dito no relacionamento para o lado estritamente pessoal.
Por outro lado, o apego esquivo indica que você valoriza mais a sua independência do que o relacionamento. Nesse sentido, tem certa dificuldade para compartilhar os seus sentimentos e apresenta a tendência de atribuir a culpa de eventuais falhas aos outros, sempre que as coisas dão errado.
Os “esquivos” continuam buscando a “pessoa certa” por longos períodos, tornando mais fácil encontrar motivos para se irritar, até mesmo, diante das menores falhas de seu parceiro.
Por último, há o apego “seguro”. De acordo com os autores, quem se enquadra nesse tipo atingiu o equilíbrio ideal entre o cuidado e a atenção necessárias e o que costumamos chamar de comportamento “meloso”.
Com efeito, uma pessoa segura se sente confortável com a intimidade obtida pelo casal e compartilha reciprocamente os sentimentos, sem se estressar reiteradamente com isso.
Você pode “ler nas entrelinhas”, julgar conscientemente o seu parceiro e não se preocupar. Um parceiro seguro é o melhor indicador de um relacionamento feliz, e dois parceiros seguros raramente encontram problemas no relacionamento.
Se você não é do tipo seguro, isso significa que está condenado a uma vida amorosa de insucesso e frustração? Claro que não. Embora um “apegado ansioso” nunca deva namorar uma pessoa esquiva (imagine a montanha-russa que se tornaria esse relacionamento), ainda que apenas um dos parceiros seja seguro, o relacionamento pode funcionar.
A comunicação efetiva é, segundo os autores, o grande segredo para fazer um relacionamento bem-sucedido. Dizer as coisas certas na hora exata torna tudo muito mais fácil para ambos.
Dessa maneira, basta expressar diretamente as suas preocupações e necessidades (cuidado para não atribuir culpas ou criar dramas desnecessários) e você se sentirá melhor.
Enquanto isso, o seu parceiro ficará aliviado por não precisar mais adivinhar quando algo der errado. Além disso, essa é uma maneira infalível de descobrir se a pessoa que está ao seu lado é a melhor para você.
Levine e Heller sugerem que o casal deve colocar todas as suas expectativas na mesa, a fim de descobrir, juntos, se elas podem (ou não) ser satisfeitas. Em outras palavras, é imprescindível encontrar uma forma de expressar seus problemas sem, para tanto, “apontar o dedo”.
Um bom exemplo disso pode ser encontrado, seguindo a exposição dos autores, nos namorados que, em vez de dizerem algo do tipo “você exagera demais ao se vestir”, são honestos e dizem: “quando você se arruma tão lindamente, eu me sinto inseguro, como podemos lidar com isso?”.
Somente os indivíduos que já adquiriram maturidade o suficiente para se sentirem seguras de si e autoconfiantes abordam abertamente os conflitos. Dito de outra forma, os ansiosos desconfiam das reações de seus parceiros e tendem a se assustarem com toda a trajetória do relacionamento.
Quando entram em conflito, tendem a exagerar, comportando-se de formas variadas, incluindo acusações, choros, silêncios prolongados e atitudes raivosas. Há, também, os “negacionistas” que, por não enxergarem os problemas reais de seus relacionamentos, temem que seus parceiros não estejam presentes quando mais precisarem.
O ideal é evitar esses extremos, esforçando-se por construir relacionamentos amorosos baseados na verdade, autoestima e, sobretudo, na confiança de que as suas escolhas de vida são baseadas em valores e princípios firmemente solidificados em seu caráter.
Gostou do microbook? Então, leia também “Maybe you should talk to someone” e aprenda mais sobre o incrível poder que temos de transformar as nossas próprias vidas.
Ao se cadastrar, você ganhará um passe livre de 3 dias grátis para aproveitar tudo que o 12min tem a oferecer.
Rachel Heller é uma psicóloga especializa... (Leia mais)
Amir Levine é neurocientista e psiqu... (Leia mais)
Agora você pode! Inicie um teste grátis e tenha acesso ao conhecimento dos maiores best-sellers de não ficção.